quinta-feira, dezembro 16, 2010

Deus existe?

Cresci num colégio católico ("de padre", como dizia). Entre aulas, provas e outras atividades escolares, confessar-se e assistir as missas de sábado eram obrigações. Para uma criança em desenvolvimento, obrigações deste tipo, quando não bem aceitas, acabam rejeitadas. Claro que criei uma ojeriza tremenda ao catolicismo, principalmente após estudar sobre a inquisição. O que era pouco claro na época, era o fato de que não temos explicação para tudo. E questões importantes (vide o título deste post) ficaram de lado.

Mas um dia naturalmente terminei o colegial e ingressei na faculdade. Foi mais ou menos nesse período que comecei a me questionar sobre a existência de uma entidade divina. Mais do que isso, comecei a me perguntar: afinal, o que é Deus?

    Acredito que é parte intrínseca da natureza humana o questionamento. Isso vem desde a infância. Por que isso? Por que aquilo? Trocando em miúdos devemos a esse tipo de postura a existência do que chamamos de ciência. Ciência… é ela que responde de onde viemos, o que somos; fisicamente falando, que fique claro. No entanto, apesar de conhecermos as explicações que partem do homo sapiens e chegam ao "Big Bang", em algum momento o conhecimento científico pára; ele não é onisciente; sim, alguns vão dizer (e hoje eu concordo) que Deus é onisciente.

Voltando ao ponto, foi nessa época que cheguei à primeira resposta para a grande pergunta fundamental: Deus é aquilo que o ser humano criou para explicar o que não se explica por meios científicos. É a resposta para todos os problemas sem solução. Enfim, durante a faculdade passei a acreditar que Deus não passava de um conceito criado pelo homem. Logo, Ele não poderia existir.

Assim sendo, o tempo passou. Muitas experiências novas, diferentes e instigadoras não paravam (e não param até hoje) de surgir. "Coincidência!" era minha reação imediata. Coincidência uma, duas, três… n vezes. Até que o que parecia fruto do acaso começou a me perturbar pra valer. Entre um período e outro, entre uma lição aprendida e amores não-resolvidos, o tempo foi passando e o que era uma resposta rápida tomou a forma de um questionamento sincero.

De certa forma, sempre acreditei que Deus existisse. De certa forma (infantil, eu admito), eu sempre esperava um sinal. Mas vários foram dados sem que eu percebesse. A vida que segue lá fora faz amigos de seus amigos se conhecerem. A vida lá fora te segura no lugar em que você está até o ponto em que você conhece uma pessoa especial e lhe ensina o que é atitude. A vida lá fora lhe mostra, através de experiências sutis, que acaso é uma resposta fácil.

    Finalmente, Deus existe? Acredito que sim. O que seria Ele, então? Acho que Deus se manifesta em cada pessoa. Acredito hoje que cada pessoa possui uma centelha divina que se expressa de uma forma ou outra, mais ou menos intensa. Acredito que existe alma e que o mundo como o percebemos é a forma através da qual Deus se comunica com ela.

    É mais ou menos por aí...

Um comentário:

Anônimo disse...

muito bom para ler antes de dormir. um Bjão, claudia.